"Se deu a festança brava, quando o céu meteu a cara
num céu bem limpo
e os convidados se rindo vinham sacudi a carcaça
porque água benta é cachaça num casório à moda antiga
desses de engorda lombriga com cara de trago de graça"

O patrão de lenço novo
Recebe a indiada do povo
Pra um costume dos campeiros
Sorriso de toda a boca,
Buenos dias devo as loca
Na cancela do potreiro

Na cozinha arriviria
Tem canjica e ambrosia
Mate doce e goiabada
Onde as véia cozinhando
Mexe o bolo fofocando
Mateando e dando risada

É casório de fronteira
Carne gorda, borracheira
E surungo no galpão
Onde o padre sem batina
Chega abençoando as chinas
E escramuçando um redomão

E a noiva por caborteira
Vem no laço pra mangueira
Sentadita nos garrão
Um cachimbo em cada "oreia"
De vestido veiaqueia
Olha o noivo e diz que Não!

Muy cascudo o pai da noiva
Diz que a coisa anda ruiva
Mas confia nos padrinhos
Mal os troco deu pro véu
E a tal de lua-de-mel
Vai ser no rancho dos vizinho

É casório de fronteira...