Da alma de um campeiro
(Pra quem tem querência na alma e no canto)
Versos de Tiago Machado e Diego Müller
Melodia de Maicon González
Milonga


Brotam da minha garganta
Campos em versos rimados
Que o destino, soberbo,
Deixou lá atrás, no passado!

São coisas largas da alma
Que gritam como um tajã
Vivendo aqui por dentro
Com a força de um tarumã!

Cercas de pedra e mangueira
(Que andam ao Deus dará)
Velha tapera e cancela
Bombeando o tempo passar!

Macegas pelo potreiro
- Sem os pingos a pastar -
E o galpão, abandonado...
Este já foi meu lugar!

Os rumos largos da vida
Deixam mossas sem querer.
E o ontem vive na alma
Para o resto do viver!

E assim o puxo pra fora
Nestas horas guitarreadas
Para espantar as saudades
Até a outra madrugada!

Imagens povoam olhos
Com o passado grongueiro...
Marejos de vida e dores,
E da alma de um campeiro!

Só peço ao tempo largo
O meu canto não calar...
Com ele faço a ausência
Da saudade se ausentar!