Canto pra gritar o que eu não digo
Pra desmentir o que omito
Deixo, então, escolha ao mundo me escutar
Canto, pois não há maior que isso
Forma de desejo, sina, vício
Deixo, então voar ao mundo meu cantar
Canto no meu canto
Meu poema, meu soneto,
Minha rima, minhas dores, minha paz
Meu riso, meu pranto
Numa carta, meu segredo numa lata.
Sim, eu quero muito mais
Canto pra enfrentar o que entristece
Pra desviar o que persegue
Deixo, então, rodar o mundo
e eu parar
Canto por cantar, e o que importa
Quando ninguém bate à minha porta?
Deixo, então, restar o mundo para lá.