Ao luar

Um doce balançar
Eu vi uma sereia
Os pés sujos de areia
Me acenou com a mão

Ai, ai meu coração
Entrei no seu lundu
A noite era um clarão
Seu olhar

Logo me envenenou
Senti-me um curió
Nas mãos de um caçador
Lembrei do marajó

Princesa algodoal
A "preta" que achou
É flor do cafezal
E rodei

Ai, ai como eu rodei
Sentindo que a paixão
Era por tudo em mim
A força de um olhar

Nós dois na beira-mar
Aos toques do tambor
Teu cheiro teu sabor
Embriaga feito taluda
Recende em teu suor

O brilho negro sol
O cheiro da maré
As curvas da mulher
Os corpos dando um nó

Te faço um cafuné
Morena flor
Me leva pro teu mundo
Me laça num segundo
Me ama sobre o mar

Numa canoa
Ai, ai que coisa boa
O vento vai soprando
E a gente se espalhando
Pelo ar...