Toco a boiada pro lado da serra
Na estrada larga beirando o capão
E os fortes cascos batendo na terra
Vão levantando a poeira do chão
Na frente o guia vai sempre atencioso
Toca a buzina chamando atenção
Pra disfarçar meu trabalho penoso
Eu vou cantando esta triste canção
Eu sou um boiadeiro triste
A minha canção ninguém resiste
Quando numa noite enluarada
Eu canto esta canção pra minha amada
A lua vai beijando a verde mata
Ouvindo a minha triste serenata
Onde eu acampo em alguma pousada
Deixo a boiada no campo pastando
Só volto à vida bem de madrugada
Junto a boiada e vou caminhando
Como é bonito o despontar da aurora
O galo canta alegrando o terreiro
E a passarada sobre a verde flora
Canta comigo a canção do boiadeiro
Eu sou um boiadeiro triste
A minha canção ninguém resiste
Quando numa noite enluarada
Eu canto esta canção pra minha amada
A lua vai beijando a verde mata
Ouvindo a minha triste serenata
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)