Morreu iyalaorixá, mãe-de-santo
Do axé do ocô, do ocô afonjá

Será que foi ebó pra iya
’inda ontem fez tanto pra xangô
Hoje segue deixando tristeza
Pro seu reino que ficou

"foi doença de branco, xangô falou!"
Diz alguém do axé bem informado:
Iyalaorixá não pega ebó,
Senhora tem corpo fechado!

Quem terá seu trono de mistério?
Quando jogar edinogun xangô dirá
Chegará outra iyalaorixá
Pra mandar, pra dizer, pra reinar!

Pra mandar, pra dizer, pra reinar!
Pra mandar, pra dizer, pra reinar!
Pra mandar, pra dizer, pra reinar!

Orixás velam seu sono
Segue o ritual nagô
E ao som de atabaques
Iyalaorixá descansou

Iyalaorixá descansou
Iyalaorixá descansou

Morreu senhora.
Morreu maria bibiana do espírito santo.
Senhora governou durante anos
No mundo mágico e complexo do candomblé.

Reunem-se os obas e ogãs
Para conduzirem senhora
À sua última morada.

Tem início o ritual nagô:
Ouve-se a voz do pai-de-santo
Elevar-se em língua yorubá

O caixão solto nos ombros dos obas segue:
Três passos pra frente, três passos pra trás.
Três passos pra frente, três passos pra trás.
Três passos pra frente, três passos pra trás.

Três passos pra frente, três passos pra trás.
Três passos pra frente, três passos pra trás.
Três passos pra frente, três passos pra trás.
Três passos pra frente, três passos pra trás.